BILHETE A TERESA


a Teresa Jardine

Invejo a tua alma feminina
revelada em poemas de outras tardes,
adeliapradando a existência tão mortal.
Não há porque correr o mundo -
um Ulisses de grandes feitos vistos
por todos ao redor, para atingir
o que sempre destro de si esteve.
Tua alma de Penélope aprisionada
num lar, do mundo afastada,
tecendo as teias não outras que da vida,
ancorou a nau da própria Vida
não na ilha circelina do engano -
mas num porto seguro da Verdade.
Lá não houve fortalezas a tomar,
apenas uma rosa que de botão desabrochou
e qual uma revelação divina,
simplesmente teu rosto iluminou.

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